A Saint-Gobain atua no desenvolvimento dessa tecnologia construtiva, o Light Steel Frame, principalmente aqui no Brasil, onde o sistema ainda é considerado uma inovação, mas o investimento na pesquisa e desenvolvimento no mundo inteiro faz parte do DNA da empresa que gera, por ano, pelo menos 350 pedidos de patente e inaugurou, recentemente, o primeiro centro de pesquisa transversal do Grupo no hemisfério sul, localizado em Capivari, interior de São Paulo.
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O objetivo da Saint-Gobain é de se aproximar ainda mais do mercado brasileiro e América do Sul, região na qual suas vendas líquidas atingem cerca de 2,2 bilhões de euros.

Estudos da ONU – Organização das Nações Unidas – mostram que nos próximos 35 anos, mais de 2,5 bilhões de pessoas vão morar nas cidades. Essa urbanização vai fazer com que sejam construídas não só mais casas, mas também hospitais, escolas, teatros e outros tipos de edificações. O desafio é dar conta desta urbanização de maneira sustentável. O ser humano passa 90% do tempo em ambientes fechados, então, o conforto é fundamental. A falta de conforto é fonte de problemas em uma edificação e pode gerar problemas como falta de produtividade, doenças e outros.

Segundo o diretor de Projetos-Marketing Habitat da Saint-Gobain, o tema conforto é bastante amplo, mas alguns destacam-se e devem ser notados em um projeto desde a prancheta: conforto térmico e acústico, estética e iluminação, adaptação ao uso ou modularidade e ter ambientes saudáveis. O conforto térmico, por exemplo, é um dos mais importantes. Ninguém consegue morar ou trabalhar em um ambiente extremamente frio ou quente.

Muitas vezes, um edifício é projetado para obter todas as certificações, ter a operação planejada para ser econômico, mas se não for confortável ao usuário, o investimento pode ser perdido. Toda a preocupação para que ele fosse rentável ao longo do tempo e operado de forma inteligente não será atendida, porque existe o comportamento humano por trás disso, tentando se adaptar, abrindo janelas, alterando as configurações de uso, etc.

A falta de conforto acústico pode gerar muitas doenças. Não há ninguém que não tenha enfrentado algum incômodo por causa de ruídos. Estudos mostram que a queda de produtividade pode chegar a 66% se um trabalhador tiver ruídos e barulhos que o distraiam da tarefa que está fazendo, assim como a acústica inadequada em um estabelecimento comercial pode reduzir as vendas em até 28%. Na Europa, 20 milhões de pessoas se queixam de ser incomodadas por ruídos e pelo menos oito milhões sofrem de distúrbios do sono por causa de ruído.

O conforto visual também é muito importante em uma edificação. A iluminação tem que ser equilibrada porque, caso contrário, num um edifício comercial por exemplo, pode haver perda de produtividade. A presença de janelas para se ver o ambiente exterior melhora a resposta intelectual das crianças em escolas, e se for um hospital, acelera a recuperação dos doentes. A estética também é fundamental porque todo mundo gosta de ficar em um ambiente bonito, que seja agradável aos olhos.

Para se ter ambientes saudáveis, é preciso de projetos e materiais adequados. Construções mal impermeabilizadas vão gerar mofo, que vai provocar doenças. Isso também se aplica às obras em Steel Frame, nas quais é preciso ter todos os cuidados e seguir as boas técnicas para que as estruturas como paredes e coberturas sejam vedadas adequadamente, e não apresentem infiltrações.

Estudos mostram que os Estados Unidos gastam mais de 60 bilhões de dólares por ano com doenças relacionadas ao ambiente construído. No Brasil, desde sempre se fala que o Steel Frame é muito quente; que é possível ouvir tudo do outro lado; a construção é feia; dá infiltração; não tem qualidade; etc. Estes comentários são mitos criados no mercado por causa de más construções ou por construções inadequadas de Steel Frame.

As construções leves são usadas no mundo inteiro, atendem todos os climas e para todos os tipos de uso. E elas funcionam. Temos que parar de querer fazer obras em Light Steel Frame como se fosse alvenaria tradicional.A grande maioria dos problemas em uma obra de LSF vem de se querer encaixar esse processo construtivo no modelo de gestão de uma construção tradicional. É preciso pensar que o Steel Frame é um produto pré-engenheirado e tem que ser tratado dessa forma.

Várias são as qualidades do Light Steel Frame, que consegue dosar conforto e a performance para qualquer edificação. É comum fazer paredes de drywall separando salas de cinema e ninguém ouve nada do outro lado; assim como pode-se fazer fachadas de vedação externa também com desempenho sob medida para atender a necessidade do mercado. Ou seja, o Steel Framing oferece flexibilidade de escolha, desempenho e facilidade de execução bastante amplos em relação aos sistemas tradicionais, garantindo o conforto adequado para cada tipo de edificação.

Um dos grandes erros quando se vai fazer uma obra em Light Steel Frame é pensar no custo a qualquer custo. É muito comum pedir para tirar um material, tirar outro porque não vai fazer diferença e no fim a construção acaba ficando péssima em termos de conforto.

É preciso parar de competir por preço, parar de comparar metro quadrado e fazer a comparação com todos os atributos de produtividade, velocidade e sustentabilidade que o Light Steel Frame tem. Isso é trabalhar pela inteligência construtiva do sistema. A tecnologia é ótima e testada, suas soluções para obtenção de conforto, soluções técnicas e de produtividade já existem, basta utilizar.

O LSF pode ser aplicado a qualquer tipo de construção, desde as simples como os projetos do Minha Casa, Minha Vida do governo federal até uma grande edificação por ser  competitivo do ponto de vista econômico, atende a norma de desempenho, assim como os critérios térmicos e acústicos para as oito zonas bioclimáticas do país.

 

Paulo Rico Perez, diretor de Projetos
Marketing Habitat da Saint-Gobain do Brasil